A proposta de intervenção para o local teve como ponto de partida a preocupação em tentar perceber a morfologia do terreno e dividir o lote por zonas distintas de intervenção, necessárias ao bom funcionamento e rentabilização dos trabalhos no mesmo. A intervenção passou ainda por fazer respeitar os alinhamentos dos edifícios existentes e manchas de implantação propostas no projecto de urbanização licenciado, assim como o seu regulamento e condicionantes respeitantes à confrontação do lote com os lotes vizinhos.
A intervenção passa ainda por reformular toda a zona de logradouro circundante à habitação, prevendo zonas ajardinadas, passeios, e um espaço destinado a churrasqueira e alpendre que ficará totalmente integrado com o volume da habitação mais a tardoz, evitando qualquer impacto volumétrico.
Em termos de intervenção na habitação, pretendia-se dar resposta a um programa que exigia três zonas distintas de ocupação, um espaço nobre de distribuição na entrada, com pequeno jardim interior e zona social localizada ao nível do rés-do-chão, uma zona privada correspondente aos quartos e espaços de apoio a localizar no 1.º Piso, e uma terceira zona de cave destinada a garagem, espaço técnico e arrumos.
Em termos conceptuais definiram-se então três volumes que se sobrepõem e albergam as três zonas distintas da casa. Este jogo de volumes é ligado por uma escada metálica apoiada sobre uma outra em betão armado proveniente da cave e que reforça essa verticalidade e interligação de todos os espaço interior da casa. Todos estes espaços sociais, assim como os restantes ao nível da zona privada permitem a abertura de toda a casa para a paisagem típica que a rodeia, destacando-se as vistas soberbas sobre a paisagem rural e de montanha de toda a envolvente em especial a voltada a sul e poente.
Em termos funcionais houve preocupação em criar ligações directas entre os espaços, percursos esses que serão sempre acompanhados pelo pequeno jardim interior e exterior, paisagem e luz natural.